Histórias Verídicas
Há alguns dias li duas histórias contadas por dois amigos Karatecas. São histórias de momentos que certamente marcaram suas vidas, e fiquei muito feliz em poder dividir isso com eles. Agora é momento de dividir essas histórias com vocês.
História 1
“Quando estive junto a Schneider Sensei para receber as instruções finais de Mestre Egami me recordo de termos nos encontrado tarde da noite, para lá de meia-noite. Entrei em seu carro e pegamos uma estrada em direção a sua casa e a conversa se transcorreu por todo o percurso em relação a Egami Shihan.
Subitamente ele sai do meio da estrada, entra numa vicinal. Haviam árvores por todos os lados e algumas com folhagens que quase vinham em cima do carro. Comigo eu pensava, caramba, porque os Mestres que encontro gostam de morar tão escondidos? Nem estou falando da verdadeira aventura que passei para chegar até ele e ainda seria difícil de o achar se ele não quisesse ser achado…
Bem ao chegar, tive que tomar cuidado com seu cão pastor, o Apache! Eu tive que deixar ele me cheirar e é claro com a supervisão do Sensei para que nada desse errado. Ao fundo de sua casa existe um dojo, próprio dele e para lá fui conduzido. Era o meu aposento.
Minha cama já estava pronta num canto do Dojo e lá ele me deixou… com o Apache de guarda na minha porta!!
Adentrando ao dojo, a disposição de diversas armas Okinawenses e samuraicas, nenhum contato com o mundo, nenhum som, o Tatami estendido à frente, o espelho, o quadro de Mestre Egami por ele assinado, os treinamentos que me aguardavam, subtamente me dei conta de uma realidade maior: uchideshi*.”
Filié Jr.
*Uchideshi é um aluno em tempo integral, que mora com o mestre em sua casa, oficina ou dojô.
História 2
Minha recordação tem um misto de tristeza e satisfação (tipo: missão cumprida);
Trata-se do dia do enterro de meu Sensei, Claudinier (Pezão).
Tristeza por questões óbvias, pela falta que este ser humano faria a cada um dos presentes ali…
Missão cumprida, satisfação, pois pela primeira vez em minha vida, vi um enterro onde ao invés de terno e gravata ou roupa social, a grande maioria estava de Karate-Gi; Foi algo realmente marcante e muito bonito. O próprio Sensei foi enterrado devidamente, também de “kimono”, pois a família entendeu que alguém que viveu intensamente por esta arte não poderia estar vestido de forma diferente.
Foi emocionante, lembrando um pouco aquelas cerimônias feitas por militares…
Carregamos o caixão e ao colocá-lo no local onde seria enterrado, após algumas palavras de um dos familiares, Todos realizamos um cumprimento, que nunca em minha vida teve tanto significado quanto aquele…(basta dizer que neste momento estou emocionado de novo…só de lembrar).
Obrigado Filié por me proporcionar uma chance de dividir esse momento tão marcante em minha vida, com vocês. Até porque ao transcrever nossa lembrança, repassamos tudo em detalhes e é como se estivéssemos repetindo aquela emoção…
Fonte: Marcel Cavalcante
Karate-Do
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