JUDÔ NO KATA (PARTE UM )

segunda-feira, 20 de setembro de 2010.
É um conjunto de técnicas fundamentais, um método de estudo especial, para transmitir a técnica, o espírito e a finalidade do judô. O mestre Jigoro Kano dizia: "Os katas são a ética do judô, sem o qual é impossível compreender o alcance."Alguns dos kata do Judo foram elaborados após muitos anos de investigação e de trabalho e ganharam forma definitiva em 1906 e 1907.

Em 24 de Julho de 1906 , foi constituída uma comissão no Dai Nippon Butokukai, em Kyoto, afim de harmonizar os kata do Ju Jutsu. Esta Comissão foi presidida por Shihan Jigoro Kano. Foi decidido, nessa reunião, unificar os diferentes kata que eram praticados e ensinados nas cerca de 116 escolas de ju jutsu, então existentes. Foram eleitos, em todo o Japão, 20 especialistas dos koryu mais representativos. Esta Comissão reuniu no Butokuden e foi responsável pela harmonização, modificação e forma final de alguns dos kata do Judo.

A comissão era composta pelos seguintes membros:

Composição da Comissão do Butokukai que harmonizou os kata

Presidente Jigoro KANO

Escolas de Jujutsu Número de representantes e Identificação (abaixo)

Yôshin Ryu: 3 representantes, Katsuta HIRATSUKA, Hidemi TOTSUKA, Takayoshi

KATAYAMA

Takenouchi Ryu: 4 representantes, Hikosaburo OSHIMA, Koji YANO, Shikataro TOKENO, Kotaro IMAI

Sekiguchi Ryu: 2 representantes, Jushin SEIKIGUCHI, Mokichi TSUMIZU

Kôdôkan Judo Ryu: 5 representantes, Hajime ISOGAI, Yoshiaki YAMASHITA, Sakujiro YOKOYAMA, Hidekazu NAGAOKA, Hoken SATO

Shiten Ryu: 1 representante, Kumon HOSHINO

Kyushin Ryu: 1 representante, Yazo EGUCHI

Miura Ryu: 1 representante, Masamitsu INAZU

Fusen Ryu: 1 representante, Mataemon TANABE (escola rival em 1886)

Sosuishitsu Ryu: 1 representante, Kihei AOYAGI

Os kata são, de facto, a forma mais estética de demonstrar o Judo, mas em verdade não têm essa finalidade. O uke nunca deve sofrer passivamente a acção do tori. Tanto um como outro estão a combater. Os ataques são reais, verdadeiros, nunca teatro, e a reacção do tori tem de ser também autêntica. Se assim não for não é kata. É teatro, é tão só dança. Uke e tori devem ser vistos samurai, especialistas em combate corpo a corpo, ou com armas brancas, enfrentando-se, num duelo, em que cada um usa as suas técnicas, por vezes representativas de princípios diferentes, como a força agressiva, cega, imensa e a força provocada, flexível, usada com inteligência. Os dois judocas executam com extrema seriedade, concentração mental é muito importante.E em cada kata os mestres de antigamente arrumaram as técnicas mais representativas de cada família. Onde resultam os kata com predomínio de nage waza, outros de katame waza, outros de atemi waza, outros que tudo misturam.Na maior parte das vezes uke toma a iniciativa e começa o ataque, em outras partes é tori que toma a iniciativa, antecipando-se ao uke. O uke não é estar à partida derrotado e saltar quando o tori o tenta projectar, ou parar um soco, a meio da trajectória, afim de dar tempo a que tori faça tai sabaki.

Nage-no-kata: formas fundamentais de projeção.

Katame-no-kata: formas fundamentais de domínio no solo.

Kime-no-kata: formas fundamentais de combate real.

Ju-no-kata: formas de agilidade aplicadas em ataque e defesa, utilizando a energia de forma mais eficiente.

Koshiki-no-kata: formas antigas é o kata da antiga escola do Ju-Jutsu. Executava-se antigamente com armadura de samurai.

Itsutsu-no-kata: são cinco formas de técnicas. Expressão teórica do judô baseado na natureza.

Seiryoku-zenko-kokumin-taiiku-no-kata: é uma forma de educação física, baseada sobre o princípio da máxima eficácia, visa o treino completo do corpo.

Fonte: Por Elton Silva

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