PSICOLOGIA

segunda-feira, 30 de agosto de 2010.
Implicações Psicológicas para os Jogos Olímpicos de Pequim - 2008
Por Adriana Lacerda - Psicóloga da Seleção Brasileira de Judô

A aproximação do maior evento esportivo mundial, os Jogos Olímpicos, a serem realizados em Pequim, na China pode suscitar pensamentos, sentimentos, comportamentos e reações psicofisiológicas nos atletas participantes que afetam positivamente ou negativamente o rendimento esportivo de cada um. A partir dos conceitos fundamentados nas idéias da teoria psicológica cognitiva de Beck (1997) e adaptados para a psicologia esportiva, em linhas gerais pode-se afirmar que um bom funcionamento mental dependerá da interpretação que cada atleta tem da situação.

Caso a participação neste evento de grande magnitude seja interpretada como ameaçadora, fonte de cobrança excessiva ou geradora de alto nível de expectativa, sentimentos como medo, ansiedade ou insegurança podem ser desencadeados. Altos níveis de stress podem gerar fadiga muscular comprometendo todo um processo de preparação técnico e físico para a competição. Segundo Lipp (1996) , "Stress é definido como uma reação do organismo, com componentes físicos e/ou psicológicos, causadas pelas alterações psicofisiológicas que ocorrem quando a pessoa se confronta com uma situação que, de um modo ou de outro, a irrite, amedronte, excite, confunda ou mesmo que a faça imensamente feliz".

Técnicas psicológicas como relaxamento, visualização e mentalização em conjunto com um trabalho de reestruturação podem ser conduzidas visando à redução das reações psicofisiológicas disfuncionais. Por isso, a preparação e o acompanhamento psicológicos por profissional da área são fundamentais na identificação e resolução de intercorrências emocionais prevenindo comportamentos indesejáveis no período competitivo em prol da excelência de performance.

BECK, J. S. Terapia Cognitiva: Teoria e prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

LIPP, M. N. Pesquisas Sobre o Stress no Brasil. São Paulo: Papirus, 1996.

O trabalho psicológico na Seleção Brasileira de Judô
Por ADRIANA LACERDA – CRP/05 26267 Psicóloga da Confederação Brasileira de Judô

A demanda cada vez maior do ambiente competitivo em alcançar metas e superar performances torna a inserção do psicólogo desportivo nesta área indiscutível. Percebe-se, atualmente, que a preparação psicológica do atleta adquire importância tanto quanto a preparação física, técnica e/ou tática. Muitas vezes, o estado emocional torna-se o diferencial na obtenção do desempenho esperado. Tal exigência, presente no esporte individual ou coletivo, principalmente o de alto rendimento, implica numa tentativa de controle das variáveis que interferem no desempenho esportivo. Sejam elas físicas, sociais, ambientais, técnicas ou psicológicas. O profissional necessita de um conhecimento profundo relacionado às questões presentes no universo do atleta este também deve ser baseado nas Ciências do Esporte e do Exercício. Este corpo de conhecimento deve ter um caráter integral já que, o esporte e as ações esportivas possuem regras próprias, estruturas e princípios específicos. Nos últimos anos potências mundias do cenário esportivo entre modalidades como vôlei, futebol, judô, basquete, tênis e outras têm recorrido à preparação mental tendo em vista o reconhecimento de sua importância. O objetivo do trabalho psicológico junto à Seleção Brasileira de Judô é o de otimizar os resultados na performance analisando e transformando os determinantes psíquicos que venham a interferir no rendimento do atleta e também da equipe da equipe.

“Assim como o judô pode ser considerado como uma filosofia cultivadora do sentido e do estado de equilíbrio, a psicologia pretende cercear todos os aspectos relativos a vida esportiva do atleta pertinentes ao seu estado emocional também em prol de um equilíbrio interno”. (Adriana Lacerda)

A motivação no contexto esportivo
Por ADRIANA LACERDA – CRP/05 26267 Psicóloga da Confederação Brasileira de Judô

Para Thomas (1983) motivação define-se por interesse, desejo, instinto, ímpeto e necessidade. É um fenômeno não mensurável mas considerado parte do ser humano baseado nas observações de comportamento e na teoria do comportamento humano. A tentativa de compreensão deste fenômeno implica nos seguintes questionamentos: O que leva um indivíduo a realizar determinada ação? Qual seu objetivo? Segundo o referido autor a ação baseia-se em múltiplos motivos e objetivos.

Em relação ao atleta, entende-se que a execução perfeita de seu movimento está relacionada ao seu nível de motivação. Machado (1997) ao citar a posição de Vanek e Cratty (1990) coloca que o motivo é o que dá início, dirige e integra o comportamento do sujeito. Este se divide em impulso (é o que leva a pessoa à ação) e motivação (que termina ou diminui ao ser atingido o objetivo iniciador do impulso). A motivação é individual e depende tanto das experiências pessoais e traços de personalidade como dos incentivos responsáveis pelo comportamento do indivíduo presentes em determinada situação.

É válido ressaltar que os motivos impulsionam ou repelem de forma diferenciada cada indivíduo e o mesmo se aplica aos atletas. Uma mesma atividade ou exercício pode ser realizado por indivíduos animados por motivos diferentes e variados níveis de intensidade. O incentivo é o estímulo que vai preencher a sua carência. Portanto, para motivar um grupo (seja de pessoas ou atletas) faz-se necessário identificar quais as necessidades de cada componente. Ao contrário do que muitos pensam não se “motiva o atleta”, mas condições devem ser criadas para que seja identificada a necessidade de cada um no alcance de um ou mais objetivos previamente determinados. Concluindo, propiciar um ambiente estimulante e incentivador dependerá principalmente, de uma análise profunda baseada no acompanhamento acerca do contexto bio-psicosocial em que o atleta está inserido.

CBJ

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